As fortes chuvas provocadas pela atual temporada de monções no Sul da Ásia vêm causando estragos acima da média registrada nos últimos anos. Somente no Paquistão, centenas de mortes ocorreram em um intervalo de apenas 48 horas.
Neste sábado (16), mais de 2 mil soldados, além de equipes civis de resgate, trabalhavam intensamente no norte do país para localizar desaparecidos e retirar corpos soterrados em meio aos escombros.
A província montanhosa de Khyber-Pakhtunkhwa, próxima à fronteira com o Afeganistão, está entre as áreas mais devastadas. Vários distritos foram declarados zonas de desastre pela autoridade provincial de gestão de emergências, que mobilizou reforços para alcançar comunidades isoladas em áreas de difícil acesso.
Segundo relatos, muitos sobreviventes se recusam a deixar suas casas porque ainda aguardam a retirada de familiares presos sob os destroços.
Em outras regiões, as consequências também foram severas:
- Na Caxemira paquistanesa, nove pessoas morreram.
- No território administrado pela Índia, ao menos 60 vítimas foram confirmadas em um vilarejo no Himalaia, enquanto outras 80 permanecem desaparecidas.
- No norte do Paquistão, em Gilgit-Baltistan, cinco turistas perderam a vida em um local conhecido por atrair alpinistas de todo o mundo. As autoridades desaconselham visitas ao destino até que a situação seja normalizada.
A tragédia se agravou ainda mais na sexta-feira (15), quando um helicóptero de resgate caiu, matando cinco ocupantes. De acordo com a Autoridade Nacional de Gestão de Desastres, muitas mortes estão associadas à má qualidade das construções, que não resistem à força das tempestades.
Os impactos das chuvas não se restringem a este episódio. Em julho, a província de Punjab, que concentra quase metade da população paquistanesa, registrou um aumento de 73% no volume de precipitação em relação ao ano anterior.
Com 255 milhões de habitantes, o Paquistão tem enfrentado nos últimos anos uma sucessão de eventos climáticos extremos — enchentes devastadoras, rompimento de lagos glaciais e longos períodos de seca. Pesquisas científicas alertam que tais fenômenos tendem a se intensificar em razão do aquecimento global, colocando o país entre os mais vulneráveis do planeta às mudanças climáticas.



