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Nilson Leitão tenta abandonar o ninho tucano, mas não escapa do próprio histórico

Nilson Leitão tenta agora vestir uma nova plumagem, mas continua sendo um tucano histórico tentando se disfarçar de progressista pragmático. A movimentação para assumir a presidência estadual do PP, no dia 12 de dezembro, soa menos como renovação política e mais como uma manobra calculada para escapar da fadiga do PSDB, partido onde construiu toda sua carreira — e onde também acumulou desgastes, derrotas e contradições.

Mesmo após décadas integrando o ninho tucano, Leitão tenta se apresentar como um líder “descolado” de sua antiga sigla, como se não tivesse participado das decisões, alianças e dos projetos que marcaram o declínio do PSDB em Mato Grosso e no cenário nacional. A mudança de partido não altera sua trajetória nem apaga o alinhamento que manteve durante anos, sobretudo no período em que o PSDB sofreu erosão eleitoral e perda de protagonismo.

A chegada ao PP, chancelada pelo deputado estadual Paulo Araújo, não é vista por analistas como um movimento ideológico ou programático, mas sim como uma tentativa de reposicionamento, mirando novas articulações e oportunidades em uma legenda que, hoje, está mais próxima do poder. Para muitos, Leitão tenta apenas trocar o desgaste da velha sigla por um novo abrigo partidário antes das eleições.

O discurso de reinvenção política encontra resistência, já que Nilson Leitão ainda carrega consigo o histórico tucano e o peso de sua própria trajetória. Apesar da tentativa de vestir novas cores, a transição para o PP parece menos uma evolução e mais uma estratégia para reconstruir espaço em um cenário onde o PSDB perdeu relevância — e o eleitorado já percebe o movimento como uma fuga calculada do passado.

Se a troca de partido será suficiente para reposicionar sua imagem, ainda é uma incógnita. O que é certo é que Nilson Leitão tenta desembarcar do tucanato como quem pula de um navio em naufrágio — mas sem admitir que fez parte da tripulação até o último momento.

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