Localizada a cerca de 500 quilômetros de Cuiabá, Sinop se consolidou como a quarta maior cidade de Mato Grosso, com aproximadamente 216 mil habitantes e renda per capita superior a R$ 64 mil. Nascida nos anos 1970 a partir da migração de famílias do Sul do país, dentro da política de ocupação da Amazônia Legal, a cidade deixou de ser um polo madeireiro para se transformar em referência nacional na produção agrícola. Hoje, a soja ocupa papel central na economia local, seguida por milho, algodão e derivados, como o etanol de milho — setor em que Sinop abriga a maior usina do Brasil.
O avanço da agropecuária tem garantido ao município protagonismo no cenário econômico. Apenas no primeiro trimestre deste ano, o setor cresceu 12,2% em relação ao trimestre anterior e 10% na comparação anual, de acordo com o IBGE. Esse dinamismo se reflete em toda a região, que recebe a influência econômica e a oferta de serviços de Sinop, alcançando quase meio milhão de pessoas, segundo estimativas da Unesin.
A história de Sinop está ligada à BR-163, rodovia que conecta o Rio Grande do Sul ao Pará em mais de 3,2 mil quilômetros e que tornou a cidade um dos pontos estratégicos de ligação do Centro-Oeste com o Norte do país. A infraestrutura local também conta com um aeroporto modernizado, batizado em homenagem ao ex-presidente João Batista Figueiredo, além de serviços de mobilidade próprios, como o aplicativo regional de transporte SIM.
O setor produtivo, no entanto, aposta no futuro com outro projeto logístico: a Ferrogrão. A ferrovia, planejada para ligar Sinop a Miritituba (PA) e integrar o transporte ferroviário à hidrovia até o litoral paraense, promete reduzir custos e ampliar a competitividade frente aos tradicionais portos do Sudeste e do Sul. Orçado em R$ 25 bilhões para 933 km de extensão, o projeto ainda depende de aval da Justiça em questões ambientais e da publicação de edital, mas é visto como estratégico para consolidar o protagonismo da região no agronegócio brasileiro.
