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Diretor da Penitenciária de Sinop nega acusações de tortura e tentativa de homicídio

O diretor da Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, conhecida como “Ferrugem”, em Sinop (MT), Adalberto Dias de Oliveira, refutou as alegações de tortura, maus-tratos e abuso de autoridade, além de negar envolvimento em uma suposta tentativa de homicídio contra o juiz Marcos Faleiros da Silva e o promotor Luiz Gustavo Mendes de Maio. As declarações do diretor foram registradas em um relatório de inspeção assinado pelo magistrado no dia 9 de dezembro.

A inspeção foi realizada pelo Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Prisional (GMF), vinculado ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), e contou com depoimentos de 126 detentos, além de servidores e representantes de entidades externas. Durante sua oitiva, Adalberto afirmou que as ações dentro da penitenciária ocorrem exclusivamente para garantir a ordem e a segurança da unidade, sem abusos ou descumprimento das ordens judiciais. Ele também negou as alegações de que teria dito que “ninguém manda no presídio além da direção”.

Quanto ao uso de força dentro da unidade, como spray de pimenta, munição de borracha e cães, Adalberto esclareceu que tais instrumentos são empregados apenas em situações excepcionais, e não de maneira indiscriminada. O diretor sugeriu que as denúncias de abuso seriam fruto de uma articulação de presos ligados a facções criminosas, com o intuito de desestabilizar a gestão da unidade.

Em relação à grave acusação de tentativa de homicídio contra o juiz e o promotor, feita pelo detento Ismael da Costa dos Santos, Adalberto negou qualquer envolvimento, classificando a denúncia como “inverídica” e sem fundamento. O detento havia afirmado que a direção do presídio teria ordenado um ataque para descredibilizar as investigações sobre as denúncias de tortura. No entanto, o relatório aponta falhas de segurança durante a inspeção, incluindo a entrada inadequada de um preso na sala de audiência.

Apesar das negativas da direção, o relatório aponta que os relatos dos 126 presos entrevistados coincidem em descrever práticas de violência e retaliação após visitas de autoridades, além de um clima de intimidação generalizada dentro da unidade. O documento também menciona um episódio suspeito envolvendo o veículo oficial do Tribunal de Justiça, que teria sido seguido e quase interceptado após a inspeção.

O relatório foi assinado pelo juiz Marcos Faleiros da Silva e encaminhado às autoridades competentes para investigação criminal e administrativa.

A Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) emitiu uma nota informando que recebeu o relatório da inspeção e que, paralelamente, abriu um procedimento administrativo para apurar os fatos relacionados a um início de motim ocorrido em novembro, quando detentos tentaram destruir as celas da penitenciária. A Sejus enfatizou que, até o momento, não houve denúncias formais sobre tortura em 2025 e afirmou que não tolera abusos, adotando as medidas cabíveis caso as denúncias sejam confirmadas.

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